Construído em 1750 e convertido em "residência de escritores", este estabelecimento já abrigou as maiores figuras da literatura, como Chateaubriand. Em 1815, o edifício foi reconhecido como hotel. Desde então, um misterioso acordo foi forjado entre a literatura e aqueles que a escrevem, publicam ou comentam. Todas as gerações apaixonadas pelas artes, pelas letras e por quem as cria, correram para este lugar para se aproximarem do apaixonado e fascinante mundo da literatura.
Entre as guerras mundiais, o Bar foi o primeiro a oferecer cocktails. Foi aqui que a arte da mixologia (inspirada pela clientela americana) nasceu em Paris.
O Cocktail Bar do Hotel foi, entre as duas guerras, o primeiro da capital. É aqui que a arte da mixologia nasceu em Paris (inspirada na clientela americana). Alguns espíritos mal-humorados se sentem ofendidos com essa nova tendência, enquanto Francis Scott Fitzgerald e Zelda fazem deste novo lugar seu ponto de encontro e atraem todos os "americanos de Paris", que apresentam aos parisienses novas bebidas. Curnonsky, o "príncipe dos gourmets", e Apollinaire discutem culinária, enquanto Degas, agora quase cego, às vezes pára para desfrutar de finas bolhas de champanhe. Ernest Hemingway cultiva sua palavra. Malraux, entre duas viagens e duas conquistas, fez dela sua base de operações. Picasso, já conhecido, e Dalí, um artista iniciante, se cruzam fingindo não se reconhecer. Os turistas apreciam bebidas raras e até proibidas para alguns, durante a proibição em seus países. Após a Segunda Guerra Mundial, os artistas querem viver "maiores, mais fortes, mais altos", transformando Saint-Germain-des-Prés e suas vinícolas no vulcão barulhento e falante do mundo. Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir são os porta-estandartes e Boris Vian a bandeira. Jazz, uísque, moda "zazous" para provocar o burguês, a fúria de viver e amar marca então, e para sempre, o bairro. Cansados de serem olhados com estranheza, os intelectuais resolveram se esconder do tumulto e da curiosidade de jornalistas e transeuntes, para se instalarem no Bar du Pont Royal, então localizado no porão do hotel. As paredes ainda lembram os debates sobre o Nouveau Roman, as tempestades após as cerimônias de premiação literária, as derrotas e as vitórias. Aqui Francisco, o lendário barmaster da época, recebia os segredos das alcovas ou alianças. Essas noites tão brancas como o papel, ou pretas como a tinta, viram os nossos heróis do verbo apóstrofizar de mesa em mesa. Idílios foram forjados, ódios nasceram. O hotel, no andar de cima, não ficava muito atrás e recebia Miller, Elliot, Capote, Sartre, Camus, Chandler, Gary e outros que nossa discrição nos proíbe de mencionar. Uma posição forte que lhe permite oferecer um ambiente luxuoso, preservando a sua autenticidade transmitida com paixão e hospitalidade pelas equipas.